quarta-feira, 4 de maio de 2011

Em tempo de outono não se fala em primavera



Chocado... O meu eu velho chora diante das coisas atuais atuantes que não entendo.
Antiquado morto em folhas outonais, no silencio escondido em segredo... Poesias...
Meu choro guardado, minha angustia preservada em milhas... Em palavras... Perpassa sobre os olhos como paisagem em trem de viagem carregando o que sei e o que não sei, sensações sentidas e a falta do que sentir que em pautas se estendem o desassossego em mim.
Água é me arrancada e na beira das pálpebras caem, caem em desenfreadas descarrilam formando trilhos onde não houvera salgando sutilmente o canto escondido da boca.
O meu único retrato no altar das lembranças de alguém, quem fui? Quem foi? O que padece? Pareço morrer a cada intensa sépia que se ergue formando um muro de rasteiras trepadeiras escondendo-me ao esquecimento de quem ama, amou, mas nunca dos lábios que tocou um dia odiou.
Hoje tudo é apenas o só, o familiar cheio de dejá vu, fleches, luz-mesclada em borrão esfregada em minha face-alma, o deboche do simples e calmo tempo, estou desinteiro, desintegrado, os dias parecem pás a cavar deixando-me oco e o que falta dá de espaço para o eco, eco. Será que é isso que chamam de males da idade, melancolia? Sabe se lá, pois esta tal sempre que me lembro de vida ainda sinto...
Parece que o meu eu distante está apostando contra, como quem sabota o trapezista para o ver cair...
Gargalhe então, faça disso um... Eu te disse...
Eu sinto coisas do velho que mora em mim, que deita a cabeça no travesseiro e suspira lamentando o dia que demora em passar... Os desmaios vêm e me faz pouco sonhar e quando percebo a maré que me cobria com tanto amor vai indo seguindo em partida dando-me novamente e novamente o ar da realidade e surge à dor, a dor... Eco... Eco... Meu coração aflito sempre tão inocente, tão indulgente gosta de gostar de coisas que só nos sonhos estão e nos momentos, até chegar a hora de não mais levá-los a serio... E o que será que realmente ira acontecer, e se de pedra tornar o coração almofadado, quem vai a lamentos prantear? Hahahaha... Ninguém!
Lá vem o romântico palhaço Sir estilhaço com suas piadas que são ruídos que lembram farfalhas, mas como o nome dito estilhaço é o som que vem de seu peito um pequeno bojo cheio de cacos; em outrora já houve tanta dedicação em colar o quebra cabeça, amor, doravante brinca de chacoalhar como um instrumento percussivo. Shishishi, shishi. Shishishi, shishi
Ei veja sou um peixe venha fisgue-me e arranque minhas vísceras que amarga o teu paladar e coloque o teu doce em mim e volte a me beijar.
Coloque o abraço teu em sono tranqüilo oh cobertor meu...
Jogue tuas tranças e enforque esta tristeza que ronda os quarteirões zunindo com o jeito silvo em meus ouvidos a penetrar...
Sou marinheiro perdido no mar, e dou de ouvidos sereia se tiveres o que a eu cantar...
O que adianta poeta tolo, vês, doravante os românticos jogam lenha para aquecer suas almas mofadas e outros se escondem em metáforas cheias de rancor e embriagues, e deveras, pois o desdém começa corroer e tende a deixar a intolerância, descrença, um ceticismo vil sobre o que ele próprio construiu.
O vento que traz a chuva bate as portas e as janelas e dentro desta sinfonia simples e natural o eco dizia: sou o teu grito repetido e melhorado traduzido no som na qual nunca soube emitir...
Quantos desencantos, quantos enganos, quantas linhas cruzadas e ocupadas. O meu coração sangra e canta a vitoria de burlar a esperança... E viver, viver.
Calma ai tudo vai ser melhor... Hahahahaha... Olha eu, usando o sarcasmo só pra ter o que rir.
Que bom faz a noite de existir, pois sempre volto a ela me incrustando na escolha de seus agitos noturno embriagado ou de seu silencio profundo onde me ponho a saltar o corpo e alma ao mundo dos sonhos. Boa noite dia, pois em tempo de outono não se fala em primavera.
Vou afolhar-me no amadeirado aroma outonal, se a primavera sempre vem então não preciso acelerar a naturalidade, pois a mulher é flor que anda e eu sou a arvore que fica e as lagrimas são estas folhas que os teus pés pisam.

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