quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Tua ilha me chamou e a cá estou.


É quem aqui já não caminhou profundo em lágrimas
Até se esquecer da dor que deveras sente
E aquele maciço silêncio ensurdecido
Fez que caíssem devaneios inquietos

As minhas convulsões borrifando este conhecido medo
E o meu braço esquerdo me lembrando de um coração
Adormecendo as emoções em grandes proporções
Vou separando em mim o que já não me serve
E convido a vir se deitar ao meu lado vago...

Mas espreita o frio que não arrepia a pele
A fome de um estômago sem o seu roncar
A sede de um poço em mim preenchida
De tanta esperança de que tudo na humanidade seja sanada

Por isso o amor meu está em tudo onde me põe tranquilo
Sobre o leito de quem mau não me venha seduzir
Pois todo o doce em mim diversas vezes se azedou
E os meus sorrisos poluídos adornados de dores

És minha, ó esperança que me motiva
Junto ao vento gracioso que me refresca
E do sol de inverno aquecendo os meus olhos
Com tanta beleza em minha eterna admiração

E assim eu que à deriva, sua ilha de braços abertos
Envolveu-me fazendo esquecer
A fome
A sede
O frio
Do desconforto de sentir o vazio.


quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Nos olhos que existo.

Tão próximo...
Lhe vejo em meu lado esquerdo
O cheiro e o tom do seu corpo és veneno
Dês-acelera descompassa o tempo
Quase perdido, quase encontrado
Será que somos o meio do meio?
No silêncio pulsa rijo
O meu coração dentro de seu punho
Fez no semblante nascer um sorriso
Naquele que do ser único é feito
Um comentário seguro surpreso
Há uma felicidade no momento
Quando nos olhos dela vejo que existo!